Mercado prevê Selic estável até 2025 após decisão rígida do Copom

Mercado prevê Selic estável em 15% até 2025

Economia

Mercado vê fim de ciclo e menor chance de corte da Selic neste ano após Copom ‘duro’

**Tempo estimado de leitura:** 5 minutos

  • O Copom elevou a taxa Selic para 15% ao ano, maior patamar desde maio de 2006, em decisão unânime.
  • Comunicado do Banco Central sinaliza manutenção da Selic em nível elevado por período prolongado para conter a inflação.
  • Mercado financeiro revisou projeções e agora prevê Selic estável em 15% até o final de 2025, com cortes apenas em 2026.
  • A curva de juros perdeu inclinação, refletindo menor expectativa de flexibilização monetária no curto prazo.
  • Juros altos devem continuar pressionando o consumo e investimento, desacelerando a atividade econômica.

Índice

Decisão do Copom e contexto atual

Na reunião realizada em 18 de junho de 2025, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, por unanimidade, elevar a taxa básica de juros, a Selic, em 0,25 ponto percentual, levando-a a 15% ao ano. Esse é o maior patamar da Selic desde maio de 2006, marcando a sétima alta consecutiva desde o início do ciclo de aperto monetário em setembro de 2024.

O comunicado divulgado pelo Copom teve um tom mais rígido e conservador, destacando que a taxa de juros permanecerá em nível elevado por um período “bastante prolongado” para assegurar a convergência da inflação à meta estabelecida. Essa postura reflete a preocupação do Banco Central com as expectativas inflacionárias ainda desancoradas, especialmente diante das pressões persistentes em preços administrados, como energia elétrica.

Impactos da manutenção da Selic em 15%

A manutenção da Selic em um patamar tão elevado tem efeitos diretos sobre a economia brasileira. Juros altos encarecem o crédito, o que tende a reduzir o consumo das famílias e o investimento privado. Como consequência, a atividade econômica deve desacelerar, ajudando a conter a inflação, mas também limitando o crescimento no curto prazo.

Além disso, o custo do crédito mais elevado pode impactar negativamente setores sensíveis a financiamentos, como o imobiliário e o de bens duráveis. Por outro lado, a política monetária contracionista é vista como necessária para ancorar as expectativas e evitar que a inflação se descole da meta em 2025 e 2026.

Reação do mercado financeiro

Após a decisão do Copom, a curva de juros futuros perdeu inclinação, indicando que os agentes financeiros passaram a acreditar que a taxa Selic permanecerá estável em 15% até o final do ano. Houve ajustes tanto nos vértices curtos quanto nos longos dos contratos futuros, refletindo maior convicção de que não haverá flexibilização monetária no curto prazo.

Essa mudança nas expectativas foi confirmada pela pesquisa Focus, que reúne projeções de analistas econômicos, e que agora aponta para a manutenção da Selic em 15% até o fim de 2025, com reduções apenas a partir do próximo ano. O mercado, portanto, já considera que o ciclo de altas está próximo do fim, mas que o Banco Central seguirá com uma postura cautelosa.

Perspectivas para a política monetária em 2025 e 2026

Especialistas e analistas econômicos avaliam que o Banco Central adotou uma postura mais dura para garantir que a inflação volte a convergir para a meta de forma sustentável. O Copom ressaltou que a política monetária precisa ser “significativamente contracionista” por um período prolongado, o que reduz as chances de cortes na Selic ainda em 2025.

A expectativa é que o ciclo de alta esteja encerrado, mas que a redução da taxa básica de juros só ocorra quando houver sinais claros e consistentes de queda da inflação. Assim, o cenário para o restante de 2025 é de juros elevados, com possível início de flexibilização somente em 2026, caso os indicadores econômicos e inflacionários evoluam favoravelmente.

FAQ – Perguntas Frequentes

P: Por que o Copom decidiu manter a Selic em 15% por mais tempo?
R: Para garantir a convergência da inflação à meta, o Banco Central entende que é necessário manter uma política monetária contracionista por um período prolongado, diante das pressões inflacionárias ainda presentes.

P: O que significa a curva de juros perder inclinação?
R: Significa que as expectativas do mercado para a taxa Selic no curto e longo prazo estão mais alinhadas, indicando menor expectativa de cortes ou aumentos significativos no curto prazo.

P: Como a Selic alta afeta o investidor comum?
R: Juros altos encarecem o crédito e podem desacelerar a economia, mas também tornam investimentos em renda fixa mais atrativos, já que oferecem maiores retornos.

P: Quando o mercado espera que a Selic comece a cair?
R: A maioria dos analistas prevê que os cortes na Selic só devem começar em 2026, após sinais claros de queda sustentável da inflação.

P: A decisão do Copom impacta o mercado de ações?
R: Sim, juros altos tendem a pressionar negativamente o mercado acionário, pois aumentam o custo do capital e reduzem o apetite por risco.

Para Finalizar

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