Dólar tem pior desempenho em 50 anos; queda de 6,75% no primeiro semestre de 2025

Dólar tem pior semestre em 50 anos e suas causas

Economia

Dólar tem pior primeiro semestre em mais de 50 anos; o que explica?

Tempo estimado de leitura: 6 minutos

  • O dólar acumulou queda de 6,75% no primeiro semestre de 2025, seu pior desempenho em mais de 50 anos.
  • Houve uma sequência inédita de 12 recuos consecutivos na moeda, a maior desde o Plano Real.
  • A alta da taxa Selic para 13,25% no Brasil ampliou o diferencial de juros em relação ao Federal Reserve, tornando o real mais atrativo.
  • A postura negociadora do governo Trump na guerra comercial reduziu incertezas e a volatilidade do dólar.
  • Especialistas alertam que incertezas fiscais e riscos políticos podem manter o dólar pressionado no segundo semestre.

Índice

Desempenho histórico do dólar em 2025

O dólar americano registrou seu pior desempenho no primeiro semestre em mais de cinco décadas, acumulando uma desvalorização de 6,75% até meados de fevereiro de 2025. Essa queda expressiva inclui uma sequência inédita de 12 recuos consecutivos, a maior desde o lançamento do Plano Real, na década de 1990. Esse movimento surpreendeu o mercado, que esperava maior volatilidade diante do cenário global e das tensões comerciais.

Fatores que explicam a queda do dólar

Diversos fatores contribuíram para essa trajetória de enfraquecimento do dólar. Um dos principais foi a postura adotada pelo governo Trump na guerra comercial contra a China. Ao utilizar tarifas como ferramenta de barganha, mas sem adotar uma postura agressiva, o governo americano reduziu as incertezas que vinham pressionando a moeda. Segundo Álvaro Frasson, estrategista-macro do BTG Pactual, essa política “mais dura, mas menos áspera” trouxe menos volatilidade do que o mercado previa.

Além disso, o cenário econômico global, com sinais de desaceleração em algumas regiões, também influenciou a demanda pela moeda americana. O dólar, tradicionalmente considerado porto seguro, perdeu força diante da melhora das condições em economias emergentes, como o Brasil.

Impacto da política monetária brasileira e americana

Outro fator decisivo para a valorização do real frente ao dólar foi o aumento da taxa Selic pelo Banco Central do Brasil, que chegou a 13,25% ao ano em 2025. Esse movimento ampliou o diferencial de juros em relação ao Federal Reserve, que manteve sua taxa básica estável. Com juros mais atrativos, o Brasil passou a receber maior volume de investimentos estrangeiros, fortalecendo a moeda local.

No entanto, especialistas alertam que o aumento da Selic tem efeito mais estabilizador do que impulsionador para o real. A XP Investimentos e outros analistas destacam que, apesar da valorização recente, o câmbio pode continuar pressionado devido a incertezas fiscais, riscos políticos e a proximidade das eleições presidenciais.

Perspectivas para o dólar no segundo semestre

Para o restante de 2025, as projeções indicam que o dólar deve oscilar entre R$ 6,20 e R$ 6,50. Embora o cenário de juros elevados no Brasil favoreça o real, a manutenção de dúvidas sobre a política fiscal e o ambiente político brasileiro pode limitar ganhos adicionais da moeda local.

Especialistas do mercado financeiro, como os da XP e do BTG Pactual, reforçam que o dólar dificilmente voltará a ficar abaixo de R$ 6 neste ano, a menos que haja avanços concretos na estabilidade econômica e política do país. Assim, o câmbio deve seguir volátil, exigindo atenção dos investidores que operam com ativos atrelados ao dólar.

FAQ – Perguntas Frequentes

P: Por que o dólar teve uma sequência tão longa de quedas em 2025?
R: A combinação da postura negociadora do governo Trump na guerra comercial e o aumento dos juros no Brasil, que tornaram o real mais atrativo, contribuíram para essa sequência inédita de 12 recuos consecutivos.

P: Como a alta da Selic influencia o valor do dólar no Brasil?
R: Juros mais altos no Brasil atraem investidores estrangeiros em busca de melhores retornos, aumentando a demanda pelo real e, consequentemente, valorizando a moeda frente ao dólar.

P: O dólar pode voltar a ficar abaixo de R$ 6 ainda em 2025?
R: Especialistas consideram difícil que o dólar volte a esse patamar neste ano, devido às incertezas fiscais e políticas que ainda pressionam o câmbio.

P: Quais riscos podem afetar o dólar no segundo semestre?
R: Riscos políticos, incertezas fiscais e o cenário eleitoral brasileiro são os principais fatores que podem manter o dólar pressionado.

P: A política do Federal Reserve influencia o dólar frente ao real?
R: Sim, a estabilidade da taxa de juros nos EUA, enquanto o Brasil eleva a Selic, amplia o diferencial de juros, favorecendo o real frente ao dólar.

Para Finalizar

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