Como foram os 12 dias da ‘montanha-russa’ do preço do petróleo para os traders
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- O preço do petróleo Brent chegou a subir cerca de 19%, atingindo picos de até US$ 110 por barril durante o conflito no Oriente Médio.
- A escalada militar entre Israel e Irã, iniciada em 13 de junho de 2025, foi o principal gatilho para a volatilidade extrema nos preços.
- Após alta de até 16%, o petróleo sofreu uma correção de 12% em uma semana, a maior desde março de 2023.
- O episódio, conhecido como “Guerra dos 12 Dias”, terminou sem interrupções significativas no fornecimento, reduzindo o prêmio de risco geopolítico.
- A volatilidade impactou empresas e cadeias globais, com previsões de preços variando entre US$ 60 e US$ 130 por barril, dependendo do cenário geopolítico.
Índice
Contexto da ‘Guerra dos 12 Dias’
Em meados de junho de 2025, o mercado global de petróleo enfrentou uma intensa volatilidade provocada por uma escalada militar no Oriente Médio. O conflito teve início em 13 de junho, quando Israel realizou bombardeamentos sobre Teerão, capital do Irã, desencadeando uma série de tensões que ficaram conhecidas como a “Guerra dos 12 Dias”. A região do Oriente Médio é responsável por cerca de 35% da produção mundial de petróleo, o que elevou o temor de interrupções no fornecimento global.
Durante esse período, os traders reagiram rapidamente às notícias, incorporando um prêmio de risco geopolítico que chegou a adicionar cerca de US$ 10 por barril ao preço do petróleo. A incerteza sobre o fechamento do Estreito de Ormuz, passagem estratégica para o transporte de petróleo, foi um dos principais fatores que alimentaram a volatilidade.
Oscilações e Picos de Preço do Petróleo
O preço do petróleo Brent, referência internacional, experimentou uma verdadeira montanha-russa. Inicialmente, o barril subiu cerca de 19%, alcançando um pico de US$ 81,40. Em momentos de maior pânico, o valor chegou a saltar de US$ 85 para impressionantes US$ 110 por barril, impulsionado por apostas contrárias ao crescimento econômico global e pelo medo de desabastecimento.
No entanto, essa alta não se sustentou. Após uma onda de compras que elevou os preços em até 16%, o mercado passou por uma correção significativa. Em uma semana, o Brent acumulou uma queda de 12%, a maior desde março de 2023, quando o mercado também enfrentou forte volatilidade. Essa correção refletiu a dissipação do risco imediato, já que o conflito não resultou em interrupções relevantes no fornecimento.
Impactos Econômicos e no Mercado
A volatilidade dos preços do petróleo afetou diretamente o planejamento financeiro de diversas empresas, especialmente aquelas que dependem fortemente de combustíveis fósseis para suas operações. O aumento repentino nos custos do petróleo pressionou os custos operacionais e a formação de preços em vários setores, tanto no Brasil quanto no exterior.
Além disso, o episódio evidenciou a sensibilidade das cadeias de fornecimento globais a choques geopolíticos. Na União Europeia, por exemplo, o aumento dos custos do petróleo elevou o peso do combustível na formação de preços de produtos diversos, impactando o comércio interno e internacional.
As previsões para o preço do petróleo ficaram bastante dispersas, com grandes bancos de investimento estimando valores entre US$ 60 e US$ 130 por barril, dependendo do desenrolar do conflito e do risco de fechamento do Estreito de Ormuz.
Reações e Análises dos Especialistas
Especialistas do mercado destacaram que a volatilidade foi intensificada pela surpresa dos investidores e pela rapidez com que a percepção de crise energética foi revertida após a redução do risco geopolítico. O J.P. Morgan, por exemplo, revisou para cima a probabilidade de um cenário adverso, alertando que o Brent poderia atingir US$ 130 caso o Estreito de Ormuz fosse fechado.
Mário de Sousa, CEO da Portocargo, ressaltou que a volatilidade dos preços do petróleo tem impacto direto não só nas cadeias globais de valor, mas também nas transações internas europeias, elevando o custo final de diversos produtos.
O episódio da “Guerra dos 12 Dias” reforça a importância de monitorar eventos geopolíticos para investidores e empresas que atuam em setores sensíveis ao preço do petróleo.
FAQ – Perguntas Frequentes
P: O que causou a alta repentina no preço do petróleo durante esses 12 dias?
R: A escalada militar entre Israel e Irã, iniciada com bombardeamentos em Teerão, gerou temor de interrupção no fornecimento, elevando o prêmio de risco geopolítico e, consequentemente, os preços.
P: Por que o preço do petróleo caiu rapidamente após a alta?
R: O conflito terminou sem interrupções significativas no fornecimento, o que levou à dissipação do risco imediato e a uma correção nos preços.
P: Como a volatilidade do petróleo afeta os investidores?
R: A volatilidade pode gerar oportunidades de lucro, mas também aumenta o risco, exigindo atenção redobrada para o gerenciamento de portfólio e análise de cenários.
P: Quais setores são mais impactados pela oscilação do preço do petróleo?
R: Setores como transporte, indústria química, energia e logística são os mais diretamente afetados, pois dependem do petróleo para insumos e combustíveis.
P: O que pode causar uma nova alta significativa no preço do petróleo?
R: Eventos geopolíticos que afetem regiões produtoras, como o fechamento do Estreito de Ormuz, ou crises que interrompam a produção podem provocar novas altas.
Para Finalizar
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